
No final da década de 70, dois amigos de São Paulo decidiram construir uma motocicleta. Para tanto, adaptaram um conjunto mecânico (motor e câmbio) Volkswagen 1200cc do Fusca em um quadro montando com partes de uma Harley-Davidson e de uma Indian (motos americanas).
Em dos muitos encontros motociclisticos que existem pelo Brasil se você encontrá-lo certamente ouvirá a história de como surgiu a idéia de construir uma moto com o motor VW, segundo palavras do próprio Luizão:

E assim com este pensamento simplista surgiu o maior mito das estradas brasileiras.
Historia da Amazonas
A ideia de se construir uma motocicleta com motor VW, não foi exatamente iniciada com a Amazonas. No início dos anos 70, os mecânicos Luiz Antonio Gomi e José Carlos Biston, construiram uma máquina de 330 quilos com motor VW a ar de 1500 cc, cujo volante do motor fora aliviado, pois a moto, inicialmente, tinha a tendência de inclinar-se em demasia quando acelerada. O câmbio também era da marca alemã, tendo a marcha-a-ré em alavanca à parte, a fim de não confundí-la com as outras marchas, que eram acionadas pelo pé esquerdo, como em qualquer outra moto.







Suas linhas lembravam as das Harley-Davidsons 1200 da época. Tinha um grande tanque (24 litros), carenagens laterais atrás do motor, um largo banco, farol retangular e itens cromados em profusão. Dois porta-objetos ladeavam o pára-lama traseiro, sendo protegidos por frisos cromados; acima vinha um bagageiro também cromado.

A moto recebeu aprimoramentos durante sua vida, mas em geral discretos. No início da década era oferecido o motor a álcool, que possuía carenagem mais ampla para ajudar a manter o motor em maior temperatura. Em 1982 ganhava uma renovação de estilo, com dois faróis retangulares menores, abaixo do principal, e encosto para o passageiro. Uma opção de pintura então adotada, com faixas em azul-claro e vermelho sobre fundo branco, era um tanto chamativa e acentuava suas dimensões.
Em 1986 a AME mudava de mãos, adquirida por Guilherme Hannud Filho, mas sua história não iria muito mais longe. Em outubro de 1988 a empresa encerrava sua fabricação, com um total próximo a 450 unidades, das quais mais de 100 destinadas a polícias e escoltas. Uma delas recebeu um kit para elevar a cilindrada a 2.275 cm3, nos EUA. Apenas oito unidades de um side-car ("carro" lateral à moto) foram fabricadas.
Oito unidades receberam side-car, o "carrinho" lateral, e algumas Amazonas foram exportadas para os EUA, Japão, Kuwait e países europeus.
O espírito da Amazonas teve prosseguimento com a Kahena, moto de linhas mais atuais e esportivas com a mesma mecânica, apresentada em 1990. Mas o modelo original jamais será esquecido por suas dimensões exageradas e pela motorização peculiar.
Existem hoje, Amazonas com injeção eletrônica de combustível. As pessoas que elaboraram a Amazonas, iriam ficar boquiabertas, ao ver estas motos ainda rodando.
FICHA TÉCNICA
MOTOR – 4 cilindros horizontais opostos, 4 tempos, refrigerado a ar;
comando no bloco, 2 válvulas por cilindro.
Diâmetro e curso: 85,5 x 69 mm. Cilindrada: 1.584 cm³.
Taxa de compressão: 7,2:1. Potência máxima: 56 cv a 4.200 rpm.
Torque máximo: 10,8 m.kgf a 3.000 rpm. Dois carburadores.
Partida elétrica.
CÂMBIO – 4 marchas mais ré; transmissão por corrente.
FREIOS – dianteiro, duplo disco; traseiro, um disco (Ø ND).
QUADRO – berço duplo em aço.
SUSPENSÃO - dianteira, telescópica; traseira, duas molas.
PNEUS – dianteiro e traseiro, 5,00-16.
DIMENSÕES – comprimento, 2,24 m; largura, 1,05 m;
entreeixos, 1,69 m; capacidade do tanque, 30 l; peso líquido, 384 kg.
DESEMPENHO – velocidade máxima, cerca de 140 km/h;
aceleração de 0 a 100 km/h, cerca de 10s
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