Conheça alguns equipamentos que podem aliviar a temperatura do corpo de quem anda de moto
Foto: Betina Humeres / Agencia RBS |
Apesar das altas temperaturas nessa época do ano, os motociclistas não podem abrir mão dos equipamentos de proteção. O mercado de acessórios oferece uma série de opções para aliviar a temperatura do corpo.
Quando o termômetro ultrapassa os 30°C, felizes são os motociclistas, que podem se refrescar com o ventinho no rosto, certo? Muito pelo contrário. O verão é uma das épocas do ano em que pilotos e garupeiros ficam mais expostos ao perigo, seja por imprudência, quando deixam de usar os equipamentos de segurança, seja pela falta de cuidado com a saúde, com riscos de desidratação e queimaduras.
Basta o sol brilhar mais forte para a displicência tomar conta das ruas. Tem de tudo: da bermuda ao chinelo até gente sem camisa pilotando motos. Apesar de o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prever só o capacete como equipamento obrigatório, circular sem proteção para o restante do corpo é uma irresponsabilidade que pode custar a vida.
"Seja inverno ou verão, as roupas de proteção são essenciais. Em uma queda, mesmo um tênis protege menos do que uma bota, por exemplo. É uma questão de integridade física - comenta o coordenador da Educação para o Trânsito da Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC) da Capital, Juranês Castro."
Cuidado com as queimaduras de sol
Na Câmara Federal, tramita um projeto, do deputado Fernando Ferro (PT), que pretende alterar o CTB e incluir acessórios como luvas, joelheiras, cotoveleiras, botas e coletes entre os itens de uso obrigatório. Apresentada em 2011, a proposta está empacada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Até que vire lei, a regra que vale é o bom senso. Além disso, o mercado de acessórios já oferece muitas opções para aliviar o calorão (confira na página ao lado).
Rodar sob sol por muito tempo também traz risco à pele.
"É extremamente importante cobrir as áreas que ficam muito expostas, como braços, mãos e o colo. O filtro solar físico, que demora mais a ser removido pela transpiração, também é válido. É necessário reaplicar o produto a cada duas horas - ensina a dermatologista Miriam Pargendler Peres."
DESIDRATAÇÃO PODE CAUSAR DESMAIOS
A perda excessiva de líquidos é um dos maiores perigos para os motociclistas no verão. No calor, o corpo aumenta o volume de transpiração para manter o equilíbrio da temperatura interna em torno de 36°C. Se essa perda de líquido, que é ainda maior com o nível de umidade do ar baixo, não for reposta, a temperatura do organismo se eleva.
"A desidratação causa a vasodilatação periférica, ou seja, o calibre dos vasos sanguíneos aumenta e, com isso, ocorre a queda de pressão arterial. Nesse quadro, o motociclista pode sentir tonturas, ficar com a visão borrada e até desmaiar enquanto pilota - alerta o ortopedista e médico do esporte Ivan Pacheco."
Para evitar a desidratação, é muito importante beber água com frequência. Quem trabalha o dia todo na condução de moto, como os motoboys, é importante se hidratar antes de iniciar a jornada. Depois, é necessário repor a perda de líquido corporal, bebendo entre 200ml e 300ml de água a cada meia hora.
De acordo com Ivan, outro dica interessante para os motofretistas é aproveitar os momentos de parada para a entrega e retirar o capacete.
"Cerca de 30% a 40% do calor corporal se perde pela cabeça. Por isso, é fundamental retirar o equipamento para refrescar. Molhar o pescoço e as punhos também ajuda a manter o equilíbrio de temperatura - recomenda o médico."
Atenção para o motor não superaquecer
Evite rodar em altas rotações por muito tempo. Exigir demais do motor e realizar constantes reduções trazem grandes riscos de superaquecimento da máquina.
Caso a moto possua refrigeração líquida (a maioria possui sistema de resfriamento a ar), é fundamental conferir o nível do fluído e do óleo regularmente, conforme a orientação do manual do proprietário.
Se você perceber qualquer barulho estranho ou rendimento do motor abaixo do normal, não insista: leve o veículo para uma revisão profissional.
Alternativas para aliviar o calorão
- Jaqueta de verão - Um dos equipamentos mais procurados pelo motociclistas como opção para pilotar com mais conforto nos dias de alta temperatura. Feita de poliéster, a jaqueta de verão possui um tecido ventilado no peito e na parte posterior, que permite a passagem do vento. Nos cotovelos, ombros e coluna, a peça mantém proteções de cordura para absorver o impacto em caso de quedas. As mangas compridas protegem do sol. O preço é, em média, R$ 520.
- Capacete articulado ou aberto - O equipamento obrigatório também possui modelos para arejar a cabeça dos pilotos. O capacete articulado, com preços a partir de R$ 429, oferece a mesma proteção que o modelo fechado, com a vantagem de permitir a elevação do conjunto entre a queixeira e a viseira. O capacete aberto é mais barato, com opções a partir de R$ 279, mas também é o que oferece o menor nível de segurança, pela ausência de queixeira.
- Luva de verão - Produzidas com material mais leve e ventilado, esquentam bem menos do que as tradicionais de couro, mas também oferecem proteção contra a abrasão do solo em caso de quedas. O preço parte de R$ 89.
- Mochila de hidratação - é idêntica a uma mochila tradicional com alças para os braços. A diferença está em compartimento térmico interno, com capacidade para armazenar até dois litros de líquido, e um cano flexível com bico especial, semelhante ao das garrafas plásticas utilizadas para a prática de esportes. A mochila é um ótima opção para viagens e trajetos mais longos e evita a necessidade de paradas frequentes para hidratação. O preço é de R$ 202.
- Protetor de coluna - É uma boa alternativa para os motociclistas que não suportam jaquetas no calor, nem mesmo as de verão. O protetor de coluna pode ser utilizado por cima da camiseta e é preso por alças nos ombros e uma cinta em volta da cintura. O equipamento não oferece a mesma proteção contra abrasão do solo que as jaquetas proporcionam. Porém, aliado ao capacete, o protetor evita lesões graves na coluna cervical, uma das partes mais vulneráveis do corpo. O preço médio é de R$ 289.
- Botas de cano curto - Oferecem aos pés o mesmo nível de proteção as botas tradicionais, mas eliminam a sensação de calor nas pernas. O preço parte de R$ 319.
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